Beber cerveja e taxa de impostos em Botsuana
Segundo a OMS, o uso prejudicial de álcool é um dos principais fatores de risco para a carga global da doença.
Em resposta às tendências relativas, governos de todo o mundo intervieram no mercado do álcool, cobrando impostos específicos.
Em 2008, o governo de Botsuana impôs um imposto de 30% sobre todos os produtos alcoólicos para lidar com o consumo problemático de bebidas alcoólicas no país. A taxa foi inicialmente fixada em 70%, mas foi reduzida para 30%.
A pesquisa sobre a eficácia dessas medidas geralmente se concentra nas vendas de álcool e nos níveis de consumo autorrenotados. No entanto, uma área menos compreendida é como os membros da sociedade têm respondido às intervenções.
Este estudo analisou como os bebedores de cerveja em Botsuana lidaram com a implementação da nova taxa de imposto sobre o álcool e suas regulamentações associadas.
O pesquisador adotou uma abordagem construtivista, entrevistando 20 membros do público que frequentavam os bares ao redor da capital, Gaborone.
Principais descobertas
- Os participantes expressaram frustração com o aumento dos preços do álcool, proibiram as vendas residenciais de álcool, reduziram as horas de operação das barras e aumentaram as penalidades por dirigir sob influência de álcool, descrevendo a sensação de que estavam sendo tratados como "crianças pequenas".
- Houve resistência significativa, com os participantes afirmando que encontrariam uma maneira de obter o álcool, independentemente das restrições.
- Alguns participantes descreveram as novas horas de bebida reduzidas que levam à bebedeira.
- O aumento da tributação levou as pessoas a compartilhar garrafas maiores de álcool e a serem criativas em encontrar maneiras de acessar o álcool.
- Os participantes foram forçados a procurar formas alternativas de continuar bebendo, incluindo ir a shebeens que vendem álcool ilegalmente.
A análise destaca resistência significativa dos indivíduos em Botsuana, com pessoas buscando formas alternativas de beber diante das restrições. Em vez de ver as medidas como um meio de reduzir a doença, os participantes sentiram que era um ataque aos seus direitos. Mais pesquisas sobre a forma como as políticas de álcool são percebidas serão necessárias para que as medidas introduzidas tenham o efeito pretendido.