Uso de cannabis em pessoas com sintomatologia obsessivo-compulsiva: resultados de uma amostra epidemiológica mexicana

Format
Scientific article
Publication Date
Published by / Citation
Nicolini, H., Martínez-Magaña, J. J., Genis-Mendoza, A. D., VILLATORO, J., Camarena, B., Fleiz Bautista, C., ... & Medina-Mora, M. E. (2021). Cannabis Use in People with Obsessive-Compulsive Symptomatology: Results from a Mexican Epidemiological Sample. Frontiers in Psychiatry, 12, 643.
Original Language

inglês

Country
México
Keywords
cannabis
Obsessive-Compulsive
Obsessive-Compulsive Disorder
OCD

Uso de cannabis em pessoas com sintomatologia obsessivo-compulsiva: resultados de uma amostra epidemiológica mexicana

Estudos recentes sugerem que o sistema endocanabinoide pode desempenhar um papel importante na fisiopatologia do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Há relatos de tratamento eficaz com derivados do tetrahidrocanabinol (THC). O estudo do fator genético associado aos transtornos psiquiátricos possibilitou uma exploração de sua contribuição para a resposta farmacológica. No entanto, muito pouco se sabe sobre o fator genético ou a prevalência do uso de cannabis na população mexicana com TOC. O objetivo deste estudo é comparar a prevalência de uso e dependência de cannabis em indivíduos com sintomatologia obsessivo-compulsiva (SCO) com a de indivíduos com outros sintomas psiquiátricos (psicose, depressão e ansiedade) e explorar a associação entre risco genético e uso. O estudo inclui um total de 13.130 indivíduos avaliados na segunda etapa da Pesquisa Nacional de Uso de Drogas, Álcool e Tabaco de 2016 (Encodat 2016), com análise genética (pontuação de risco poligênico) de uma subamostra de 3.521 indivíduos. A sintomatologia obsessiva teve prevalência de 7,2% e a sintomatologia compulsiva de 8,6%. A proporção de indivíduos com SCO que já haviam consumido cannabis foi de 23,4%, e daqueles com dependência de cannabis foi de 2,7%, este último valor superior ao de indivíduos com outros sintomas psiquiátricos (hipomania, 2,6%; ansiedade, 2,8%; depressão, 2,3%), exceto psicose (5,9%). Indivíduos com OCS que relataram o uso de cannabis tiveram um risco genético aumentado para a dependência de cannabis, mas não para o TOC. Portanto, não podemos saber como o aumento do risco genético de dependência de cannabis em pessoas com TOC é influenciado por sua resposta farmacológica aos derivados do THC. Os resultados, no entanto, sugerem caminhos para estudos futuros.