Format
Scientific article
Publication Date
Published by / Citation
Arkell TR, Downey LA, Hayley AC, Roth S. Assessment of Medical Cannabis and Health-Related Quality of Life. JAMA Netw Open. 2023;6(5):e2312522. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.12522
Original Language

inglês

Country
Austrália
Keywords
cannabis
quality of life
Health-related quality of life

Avaliação da Cannabis Medicinal e Qualidade de Vida Relacionada à Saúde

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Importância  O uso da cannabis como medicamento está se tornando cada vez mais prevalente. Dada a gama diversificada de condições que estão sendo tratadas com cannabis medicinal, bem como a vasta gama de produtos e formas de dose disponíveis, evidências clínicas incorporando resultados relatados pelo paciente podem ajudar a determinar a segurança e a eficácia.

Objetivo  Avaliar se os pacientes que usam cannabis medicinal relatam melhorias na qualidade de vida relacionada à saúde ao longo do tempo.

Design, Local e Participantes  Este estudo retrospectivo de série de casos foi conduzido em uma rede de clínicas médicas especializadas (Emerald Clinics) localizadas em toda a Austrália. Os participantes foram pacientes que receberam tratamento para qualquer indicação em qualquer momento entre dezembro de 2018 e maio de 2022. Os pacientes foram acompanhados em média (DP) 44,6 (30,1) dias. Dados de até 15 seguimentos foram relatados. A análise estatística foi realizada de agosto a setembro de 2022.

Exposição  Cannabis medicinal. Os tipos de produtos e o conteúdo de canabinóides variaram ao longo do tempo, de acordo com o julgamento clínico do médico assistente.

Principais desfechos e medidas  A principal medida de desfecho foi a qualidade de vida relacionada à saúde, avaliada pelo questionário 36-Item Short Form Health Survey (SF-36).

Resultados  Nesta casuística de 3148 pacientes, 1688 (53,6%) eram do sexo feminino; 820 (30,2%) estavam empregados; e a média (DP) de idade foi de 55,9 (18,7) anos no início do estudo antes do tratamento. A dor crônica não oncológica foi a indicação mais comum de tratamento (68,6% [2160 de 3148]), seguida de dor oncológica (6,0% [190 de 3148]), insônia (4,8% [152 de 3148]) e ansiedade (4,2% [132 de 3148]). Após o início do tratamento com cannabis medicinal, os pacientes relataram melhorias significativas em relação à linha de base em todos os 8 domínios do SF-36, e essas melhorias foram principalmente sustentadas ao longo do tempo. Após o controle de potenciais fatores de confusão em um modelo de regressão, o tratamento com cannabis medicinal foi associado a uma melhora de 6,60 (IC 95%, 4,57-8,63) pontos para 18,31 (IC 95%, 15,86-20,77) pontos nos escores do SF-36, dependendo do domínio (todos os P < .001). Os tamanhos de efeito (Cohen d) variaram de 0,21 a 0,72. Um total de 2919 eventos adversos foram relatados, incluindo 2 que foram considerados graves.

Conclusões e relevância  Neste estudo de série de casos, pacientes que usam cannabis medicinal relataram melhorias na qualidade de vida relacionada à saúde, que foram principalmente sustentadas ao longo do tempo. Os eventos adversos raramente foram graves, mas comuns, destacando a necessidade de cautela com a prescrição de cannabis medicinal.