Format
Scientific article
Publication Date
Published by / Citation
Woolley N, Macinko J. Bullying involvement and substance use among Brazilian adolescent students. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e95. https://doi.org/10.26633/RPSP.2018.95
Original Language

inglês

Country
Brasil
Keywords
adolescent
bullying
substance-related disorders
Brazil

Envolvimento com bullying e uso de substâncias entre estudantes brasileiros

Abstrair

Objetivo: Embora o envolvimento com bullying tenha sido associado ao uso de substâncias por adolescentes, a maioria dessas evidências vem de países de alta renda. Pouco se sabe sobre o uso de substâncias entre perpetradores-vítimas em países de baixa e média renda. Este estudo explora a associação entre os tipos de envolvimento com bullying e o uso de substâncias por adolescentes no Brasil. Métodos: Os dados deste estudo transversal foram provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015, um inquérito nacional de base escolar com alunos brasileiros do nono ano do ensino fundamental. O uso de substâncias foi analisado como qualquer uso de substância (ou seja, uso de álcool, cigarro ou maconha nos últimos 30 dias) e couso de substância (ou seja, uso de todas as três substâncias). Análises de regressão logística foram conduzidas e razões de chances ajustadas (aORs) foram calculadas, ajustando-se para características demográficas e solidão do aluno. Resultados: As chances de qualquer uso de substância para perpetradores de bullying apenas e para perpetradores-vítimas, respectivamente, foram significativamente maiores em comparação com nenhum envolvimento de bullying (aOR = 2,99, IC 95% = 2,71-3,30 e aOR = 2,52, IC 95% = 2,31-2,75). As chances ajustadas de co-uso de substâncias também foram significativamente maiores entre os perpetradores e perpetradores-vítimas (aOR = 4,04, IC 95% = 3,05-5,35 e aOR = 3,49, IC 95% = 2,71-4,51, respectivamente). A vitimização apenas foi associada a um aumento de 14% nas chances de uso de qualquer substância (aOR = 1,14, IC 95% = 1,07-1,22). Conclusões: Os resultados ressaltam a complexa relação entre o envolvimento do adolescente com bullying e o uso de substâncias. Os resultados também indicam que o tipo de envolvimento com bullying, bem como fatores demográficos e psicológicos, devem ser levados em consideração ao avaliar comportamentos de risco à saúde do adolescente.

Resumen 

Objetivo: Aunque la participación en el acoso escolar (bullying) se ha asociado con el consumo de sustancias en los adolescentes, la mayor parte de los datos científicos al respecto provienen de países de ingresos altos. Poco se sabe acerca del consumo de sustancias en los perpetradores y las víctimas en los países de ingresos bajos y medianos. En este estudio se explora la asociación entre algunos tipos de participación en el acoso escolar y el consumo de sustancias por los adolescentes en Brasil. Métodos: Los datos para este estudo transversal provinieron de la Encuesta Nacional de Salud de los Escolares del 2015, una encuesta llevada a cabo en las escuelas a nivel nacional en los estudiantes brasileños del noveno curso. El consumo de sustancias se dividió en uso de una sola sustancia (a saber, consumo de alcohol, cigarrillos ou maconha en los 30 días anteriores) y uso concomitante (es decir, consumo de los tres tipos de sustancias). Se realizaron análisis de regresión logística y se calcularon las razones de posibilidades ajustadas (aOR), con ajustes para las características demográficas y la soledad de los estudiantes. Resultados: Las probabilidades de consumo de cualquier sustancia en los perpetradores del acoso y los que eran a la vez perpetradores y víctimas, respectivamente, fueron más altas (con significancia estadística) en comparación con quienes no participaban en el acoso (aOR = 2,99, IC de 95% =2,71-3,30; y aOR = 2,52, IC de 95% = 2,31-2,75). Las probabilidades ajustadas de consumo concomitante de las sustancias también fueron significativamente más altas entre los perpetradores exclusivos y los perpetradores víctimas (aOR = 4,04, IC de 95% = 3,05-5,35; y RPa = 3,49, IC de 95% = 2,71-4,51, respectivamente). La victimización exclusiva se asoció con un aumento de 14% en las probabilidades de consumo de cualquier sustancia (aOR = 1,14, IC de 95% = 1,07-1,22). Conclusões: Os resultados subrayan la compleja relación entre la participación de los adolescentes en el acoso y el consumo de sustancias. Los resultados también indican que deben tenerse en cuenta el tipo de participación en el acoso, así como los factores demográficos y psicológicos, al evaluar los comportamientos de riesgo para la salud de los adolescentes.

Resumo

Objetivo: Apesar de a prática de bullying ter sido associada ao uso de substâncias psicoativas em adolescentes, grande parte das evidências obtidas é oriunda de países de alta renda. Pouco se sabe sobre o uso de substâncias psicoativas em agressor-vítimas em países de baixa e média renda. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre os tipos de prática de bullying e o uso de substâncias psicoativas em adolescentes no Brasil. Métodos: Os dados para este estudo transversal foram obtidos da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), um inquérito realizado com adolescentes do 9º ano do ensino fundamental em todo o país. O uso de substâncias psicoativas foi analisado como sendo o uso de qualquer tipo de substância psicoativa (como uso de álcool, cigarros ou maconha nos 30 dias anteriores à pesquisa) e o uso concomitante de substâncias psicoativas (ou seja, uso dos três tipos de substâncias). Foram realizadas análises de regressão logística e calculadas razões de chances ajustadas (OR aj) segundo características demográficas e grau de solidão dos estudantes. Resultados: As chances de uso de qualquer tipo de substância psicoativa entre os exclusivamente praticantes de bullying e agressor-vítimas foram significativamente maiores em comparação aos que não praticam bullying (OR aj = 2,99, IC 95% = 2,71–3,30 e OR aj = 2,52, IC 95% = 2,31–2,75, respectivamente). As chances ajustadas do uso concomitante de substâncias psicoativas foram também significativamente maiores entre os exclusivamente praticantes de bullying e agressor-vítimas (OR aj = 4,04, IC 95% = 3,05–5,35 e OR aj = 3,49, IC 95% = 2,71–4,51, respectivamente). Exclusivamente vitimização foi associado a uma chance 14% maior de uso de qualquer tipo de substância psicoativa (OR aj = 1,14, IC 95% = 1,07–1,22). Conclusões: Os resultados deste estudo chamam atenção à complexa relação entre a prática de bullying e o uso de substâncias psicoativas em adolescentes. Os achados do estudo também indicam que o tipo de prática de bullying e fatores demográficos e psicológicos devem ser considerados ao serem avaliados os comportamentos de risco à saúde dos adolescentes.